domingo, 13 de março de 2016

Como as redes sociais podem ajudar os microempreendedores (Por Alcides Santos Lima Junior) - Momento Leitura

Os microempreendedores têm uma grande importância para a economia, eles são pessoas que coletivamente ou individualmente vislumbram possibilidades e iniciam negócios seja por necessidade ou oportunidade.


Apesar de toda movimentação econômica gerada por estes, apenas a partir do ano de 2007 foram estabelecidas maiores facilidades para os que desejavam se formalizar; primeiro através da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e, posteriormente, pela Lei do Microempreendedor Individual, em 2008. Antes destas existia somente o Simples Federal que visava simplificar o recolhimento de impostos pelas pequenas empresas.
Atualmente, o país possui mais de 5 milhões de micro e pequenas empresas e mais de 3 milhões de microempreendedores individuais . Com a popularização do acesso à Internet e, consequentemente, das redes sociais, muitos destes pequenos empreendedores vislumbraram na rede a chance de alcançar novos públicos, aumentar as vendas e reforçar o marketing empresarial.
Segundo Leonardo Bortoletto, diretor-presidente da Web Consult , as redes sociais podem facilitar a fidelização dos consumidores e o crescimento do negócio. " Se bem utilizada, a disseminação do produto ou do serviço é mais ágil, assim como a fixação da marca. A empresa deve trocar informações com os consumidores para melhorar a qualidade do serviço e atentar para o que os clientes estão falando sobre a organização. É importante ter seguidores fiéis e colaborativos. Entretanto, os formadores de opinião que elevam a empresa em comentários dão mais engajamento a algo publicado ou promoção ".
As redes sociais sempre foram dotadas de um grande potencial econômico, devido à quantidade de acessos e o tempo diário que as pessoas dispensam a esta. Apesar da oportunidade existente, este é um caminho que começou a ser desbravado recentemente pelas empresas.
Na "era Orkut", apesar do grande número de adeptos da rede no Brasil, poucas foram as empresas que se arriscaram a traçar uma estratégia efetiva de marketing ou relacionamento com os clientes . Somente após a popularização de outras redes como o twitter e o Facebook que as empresas começaram a explorar com mais eficácia o alcance a clientes e prospects, assim como utilizá-las para reforçar a imagem da empresa junto ao consumidor e para acompanhar a resolução de problemas.
As redes sociais se mostraram uma ferramenta de grande potencial também para os microempreendedores. Por serem gratuitas e possuírem um alcance estrondoso, os pequenos empresários estão utilizando esta ferramenta como uma forma de ganhar visibilidade e aumentar a sua base de consumidores.
Para entender melhor como as redes sociais podem ajudar no crescimento de um negócio conversei com Renata Cavalcante, ex-sócia da empresa Maquiagem Etc .
Como a empresa começou?
"A empresa foi formada por três primas: eu (Renata), Amanda e Natália Cavalcante, há três anos. Natália surgiu com a ideia, que comentou com Amanda e comentaram comigo. Eu me formei em Administração, sempre gostei da área de empreendedorismo e pensamos 'Por que não montar uma loja virtual?'. Virtual porque a loja física gera um custo muito grande e a gente começou então por este tipo de loja. E Amanda, que é atualmente a dona da razão [social], tem uma facilidade muito grande de mexer com esta divulgação de mídias digitais. Então começamos a fazer a compra dos materiais, para uso próprio, para conhecermos o produto, até que criamos o site Maquiagem Etc., achando que não ia dar certo ou que ia ser algo só regional".
A empresa tem funcionários?
"A ideia da loja virtual era exatamente a redução de custos até mesmo com funcionários, porque querendo ou não eles geram um custo altíssimo para a empresa, tanto na admissão quanto na demissão e o funcionamento da empresa podia ser realizado apenas pelas próprias donas que, na época, eram três. Cada uma ficava com uma função, de divulgação nas mídias, de envio..., pois a compra não acontece [somente] de forma regional, mas sim nacional. Uma pessoa do Acre, por exemplo, faz uma compra e a gente realizava o envio pelo correio. Nós tínhamos o estoque, o cliente fazia o pedido, o pagamento e com a confirmação nós enviávamos [o produto] pelo correio".
Quem realizava o acompanhamento das mídias e como era realizado?
"O acompanhamento das mídias era realizado por Amanda, que é a atual proprietária da loja, [pois] ela já tinha feito cursos na área. Não era uma divulgação simples de Facebook, por exemplo, como criar uma página e colocar postagens. Era criada toda uma grade de divulgação, de produtos que porventura nós poderíamos colocar em promoção... Como na época eu cursava a faculdade, lá havia eventos de demonstrações de trabalhos, por exemplo. Havia stands, eu oferecia a nossa empresa para estar lá divulgando, então atrelávamos à rede social que no dia 'tal', na faculdade 'tal', iria ter uma divulgação da Maquiagem Etc.”
Quando foi que vocês perceberam que a rede social tinha um potencial econômico efetivo já que vocês trabalhavam inicialmente somente através de um site?
"A gente conseguiu, através de conhecimentos anteriores, visualizar o Facebook como um marketing '0800', digamos assim: 'Inicialmente eu não pago para fazer minha divulgação na página do Facebook'. E como a empresa é uma empresa virtual, quem é de [Vitória da] Conquista compra e quem é de São Paulo também pode comprar. E como eu vou fazer para que a minha publicidade alcance o pessoal de São Paulo? Daí pensamos no Facebook, porque aí eu tenho um alcance estrondoso na divulgação com um custo praticamente zero, a não ser as propagandas pagas que existem dentro destas mídias sociais como twitter, o próprio Facebook e outras mais. Tem a forma gratuita e a paga. A gente viu que surgiu efeito em [Vitória da] Conquista, depois na região. As vendas através da redes sociais já chegaram a representar cerca de 90% do faturamento da empresa".
Além do Facebook vocês utilizaram mais alguma rede social ou focaram somente nela?
"Inicialmente utilizamos o 'Face', twitter e mala direta através de e-mail. Ao passar do tempo o Facebook gerou uma satisfação tão grande para a empresa, o nosso retorno financeiro foi tão bom que deixamos o twitter e fazíamos mala direta apenas quando trabalhávamos com curso de automaquiagem. E utilizávamos alguma outra mídia, por exemplo, impressa apenas de forma regional".
Vocês utilizavam essa ferramenta somente para divulgação ou também para vendas?
"Os clientes da cidade, por exemplo, podiam entrar no perfil da loja e indicavam qual produto eles tinham interesse e nós fazíamos a entrega. Para os clientes de fora nós dávamos um passo a passo: 'entrar no site, como fazer a compra, a forma de pagamento e assim conquistávamos a confiança do cliente'; porque a loja virtual ainda gera certa desconfiança".
Quando uma empresa utiliza uma rede social as pessoas, às vezes, são agressivas nos casos de reclamações. Como vocês lidavam com isso? Afinal um cliente insatisfeito não pensa duas vezes em reclamar e os seus seguidores acabam tenho conhecimento do fato.
Desde o momento da apresentação do produto até o fechamento da compra gente sempre tentava deixar tudo fechadinho [acompanhamento], para não ter esse problema, porém isso já aconteceu com a gente. Por exemplo: quando houve a greve dos correios houve demora do recebimento do produto por parte do cliente e ele não pensou duas vezes em expor toda a indignação dele, mas de uma certa forma o que a gente tentava identificar a indignação dele, justificar o que houve e arranjar um novo meio de resolver o problema [neste caso, a entrega do produto]. Já que é pública a indignação, é pública também a solução".

Por  | Yahoo! Contributor Network
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