sábado, 4 de abril de 2015

Exercícios/Testes: Compreensão e Interpretação Textual

“Ler, entender e refletir é girar o mundo num virar de página.”

Vamos Treinar?

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17- Leia o texto com atenção e responda ao que se pede:

Você, com certeza, sabe o que é uma oração. Já Eduardo, aluno novo na escola, que estava distraído, pensando em Valéria, sua colega de classe, saiu de seu devaneio quando a professora o chamou:

– Faça o favor de vir até o quadro-negro, Eduardo.
Assustado, o garoto despertou da fantasia. A voz da professora adiou seus projetos.
Surpreendido em flagrante, caminhou, pálido, até o quadro-negro. Queria parecer natural. E elegante, também. Ajeitou os cabelos com a mão. Valéria devia estar olhando para ele... Sem perceber seu embaraço, Márcia chegou perto e pediu:
– Quero que você escreva uma oração no quadro-negro. Qualquer oração.
Eduardo ficou vermelho. Veio na hora o arrependimento: por que não havia escutado a explicação? “Podia ter escolhido outra hora para a Valéria!” culpou-se. Agora, ia ficar sendo olhado por todo o resto da classe – e por ela –, sem saber o que fazer...
– Uma oração, qualquer uma, Eduardo – repetiu a professora.
Um sorriso gozador se insinuava nas caras dos colegas. Eduardo pegou o giz e começou a escrever no quadro, com a letra tremida, uma oração. A única oração que tinha certeza de saber de cor. Sem errar nem uma palavra:
Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino...
A gargalhada se espalhou. Eduardo interrompeu a escrita. O gesto foi brusco. O giz se quebrou, rangendo. O menino não teve coragem de se virar. (...) O Pai-nosso é uma oração, tinha certeza.

OLIVIERI, Antonio Carlos. Um bom sujeito. Belo Horizonte: Formato, 1997. p. 7-8.

Eduardo tinha certeza de que o Pai-nosso era uma oração. Então por que os colegas riram dele?
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16- (Enem-2012)

Verbo ser

QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.

A inquietação existencial do autor com a autoimagem corporal e a sua corporeidade se desdobra em questões existenciais que têm origem
a) no conflito do padrão corporal imposto contra as convicções de ser autêntico e singular.
b) na aceitação das imposições da sociedade seguindo a influência de outros.
c) na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e culturas familiares.
d) no anseio de divulgar hábitos enraizados, negligenciados por seus antepassados.
e) na certeza da exclusão, revelada pela indiferença de seus pares.


15- (Enem-2012)

Cartaz afixado nas bibliotecas centrais e setoriais da Universidade Federal de Goiás (UFG), 2011.

Considerando-se a finalidade comunicativa comum do gênero e o contexto específico do Sistema de Biblioteca da UFG, esse cartaz tem função predominantemente:
a) socializadora, contribuindo para a popularização da arte.
b) sedutora, considerando a leitura como uma obra de arte.
c) estética, propiciando uma apreciação despretensiosa da obra.
d) educativa, orientando o comportamento de usuários de um serviço.
e) contemplativa, evidenciando a importância de artistas internacionais.

14- Com base no texto abaixo, responda à questão.

Antigamente

Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua, nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco.

ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).


Sobre o fragmento do texto “Antigamente”, de Carlos Drummond de Andrade, é correto afirmar que:

a) A escolha vocabular evidencia o preciosismo na linguagem de Carlos Drummond de Andrade, importante representante do Parnasianismo.
b) O trecho faz uma crítica ao coloquialismo, que prega a informalidade na fala e promove o empobrecimento do léxico da língua portuguesa.
c) É possível perceber no texto a transformação pela qual passou a Língua Portuguesa, evidenciando assim que o idioma é mutável e variável.
d) Para o escritor é importante que os falantes da língua resgatem antigos termos que estão em desuso para promover a preservação do idioma.
e) Nenhuma das alternativas acima.


13- Leia com atenção.

Disponível em saltoagulha.com. Acessado em 03/06/14.

Através do uso das linguagens verbal e não verbal, as tirinhas, importante gênero textual, têm como objetivo transmitir uma mensagem para o leitor. Sobre a tirinha do cartunista Laerte, é incorreto afirmar que:
a) Ambos os recursos, visuais e linguísticos, contribuem para a construção de sentidos da tirinha.
b) Os elementos visuais são essenciais para a construção do efeito de humor da tirinha.
c) Pode-se denotar uma crítica contundente ao sistema político brasileiro e à sociedade, que elege um analfabeto como um representante do povo.
d) Pode-se denotar uma crítica à sociedade conservadora, cujos valores estão de acordo com uma maneira retrógrada de pensar.
e) Nenhuma das alternativas acima.
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Atenção: As próximas questões baseiam-se no texto que segue.

O Brasil foi jogar bola no Haiti e isso não teve nada a ver com preparação para a próxima Copa. Quem estava em campo era a diplomacia. Para comprovar, basta ver a cobertura da televisão: em vez da FIFA, era a O.N.U. que aparecia nas imagens. No lugar do centroavante, era o presidente do país que atraía a atenção dos repórteres. Não foi a primeira nem será a última vez em que futebol e política se misturaram. É por causa dessa proximidade que alguns estudiosos olham para o gramado e enxergam um retrato perfeito da sociedade. A bola está na moda entre os analistas políticos.

Se 22 jogadores em campo podem resumir o mundo, surge então a dúvida: por que justamente o futebol, e não o cinema ou a literatura? “A arte sempre será produto da imaginação de uma pessoa. O futebol é parte da comunidade, da economia, da estrutura política. É um microcosmo singular”, diz um jornalista americano. Não apenas singular, mas global. É o esporte mais popular do planeta. Uma fama, aliás, que tem razões pouco esportivas. “O futebol nasceu na Inglaterra numa época em que os ingleses tinham um império e viajavam por muitos países. Ferroviários levaram a bola para a América do Sul, petroleiros para o Oriente Médio”, acrescenta ele.

Mas é preciso não confundir o papel do esporte. Ele faz entender, mas não muda o mundo. “Não se trata de uma força revolucionária capaz de transformar uma nação. É apenas um enorme espelho que reflete a sociedade em que vivemos”, diz outro especialista.

Em 1990, quando o Brasil, sob a tutela de Sebastião Lazzaroni, foi eliminado da Copa, o presidente era Fernando Collor. Além de contemporâneos, eles foram ícones de uma onda que varreu o país na virada da década: a febre dos importados. Era uma fase em que se idolatrava o que vinha de fora – a solução dos problemas estava no exterior. Motivos existiam: com o mercado fechado aos importados, a indústria estava obsoleta e pouco competitiva. O estilo futebol-arte da seleção, por sua vez, completava 20 anos de frustrações em Copas. Collor e Lazzaroni bancaram o risco. Enquanto o presidente prometia revolucionar a economia com tecnologia estrangeira, o treinador se inspirou numa tática europeia, colocou um líbero em campo e a seleção jogou na retranca. O resultado todos conhecem.
(Gwercman, Sérgio. Como o futebol explica o mundo. Superinteressante, São Paulo, num.205, p. 88 e 90, out. 2004. Com adaptações)

12- (TRE-RN-2005)
O futebol reflete mudanças na sociedade.
Em várias ocasiões, em diversos países, futebol e política se misturaram.
O futebol é parte da comunidade, da economia, da estrutura política.

As três frases acima se estruturam num único período, com lógica, clareza e correção, da seguinte maneira:
a) O futebol, por ser parte da comunidade, da economia e da estrutura política, reflete mudanças na sociedade, tendo havido várias ocasiões, em diversos países, em que futebol e política se misturaram.
b) O futebol reflete mudanças na sociedade, onde em muitas ocasiões, sendo no entanto parte da comunidade, da economia, da estrutura política nos diversos países, futebol e política se misturaram.
c) O futebol que em várias ocasiões, em diversos países, se misturaram com a política, ele é reflexo de mudanças na sociedade, cujo futebol é parte da comunidade, da economia, da estrutura política.
d) O futebol, cuja parte da comunidade, da economia, da estrutura política, reflete mudanças na sociedade em várias ocasiões, em diversos países, que futebol e política misturaram-se.
e) Em várias ocasiões, em diversos países, que futebol e política se misturaram, ele vem sendo parte da comunidade, da economia, da estrutura política, conquanto que reflete mudanças na sociedade.

11- (TRE-RN-2005) A frase que sintetiza o assunto do texto é:
a) O esporte pode mudar os rumos da diplomacia internacional.
b) A transmissão pela televisão valoriza uma competição esportiva.
c) O futebol pode ser visto como reflexo do mundo e da sociedade.
d) A mistura de futebol e política é vista com desconfiança por analistas.
e) É necessária a influência da tática estrangeira no futebol brasileiro.


10- (TRE-RN-2005) A resposta correta para a questão que aparece no início do 2º parágrafo está na seguinte afirmativa:

a) A arte, sendo produto da imaginação, é abstrata, enquanto um jogo de futebol é real.
b) O cinema e a literatura podem tomar o futebol como tema para filmes ou para livros.
c) São diferentes os objetivos de um público interessado em futebol e os dos que frequentam cinemas ou bibliotecas.
d) O futebol pode aceitar interferências de analistas, ao contrário da arte, que é única e pessoal.
e) O futebol, sendo múltiplo, reflete toda a estrutura social, enquanto a arte resulta de uma criação individual.


9- (TRE-RN-2005) O último parágrafo do texto se desenvolve como:
a) censura à utilização, como instrumento político, de um evento esportivo bastante popular em todo o mundo.
b) exemplo que ilustra e comprova a opinião do especialista, que vem reproduzida no parágrafo anterior.
c) manifestação de que o futebol se espalhou por todo o mundo, por ser também uma das formas da arte.
d) prova de que uma partida de futebol é capaz de alterar os rumos da política externa, apesar de opiniões contrárias de especialistas.
e) defesa da avançada visão tática de um treinador da seleção, tentando modernizar o futebol brasileiro.


8- (TRE-RN-2005) Quem estava em campo era a diplomacia. (1º parágrafo) O que justifica a afirmativa acima está:
a) na maneira como o evento foi transmitido pela televisão, com ênfase na presença de figuras políticas.
b) no fato de o Brasil ter sido compelido a jogar num país tão longínquo e politicamente inexpressivo.
c) na semelhança socioeconômica entre Brasil e Haiti, que buscam o reconhecimento político dos países desenvolvidos.
d) no objetivo de chamar a atenção para a próxima Copa do Mundo, em evento transmitido internacionalmente.
e) na falta de compromisso dos participantes, principalmente jogadores, com a preparação para a próxima Copa.


7- (TRE-RN-2005) “Não apenas singular, mas global.” (meio do 2.º parágrafo).
Considere o que diz o Dicionário Houaiss da língua portuguesa a respeito dos vocábulos grifados na frase acima.

singular: 1. único de sua espécie; distinto; ímpar; 3. fora do comum; admirável, notável, excepcional; 4. não usual; inusitado, estranho, diferente; 6. que causa surpresa; surpreendente, espantoso; extravagante, bizarro.

global: 1. relativo ao globo terrestre; mundial; 2. que é tomado ou considerado no todo, por inteiro ; 3. a que nada falta; integral, completo, total.
O sentido mais próximo dessas palavras está representado, respectivamente, em:
a) 1 e 3.
b) 3 e 1.
c) 6 e 2.
d) 4 e 3.
e) 6 e 1.
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Leia o diálogo com atenção e responda ao que se pede:
6- Você acha que o garoto fez certo em recusar a droga oferecida? Por quê? O que você teria feito no lugar dele?___________________________________________________________



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Texto 5
TEXTO DE REFERÊNCIA.

PLANO INFALÍVEL

O planejamento é o ponto de partida de um desenho. Muitas vezes, quem se propõe a traçar figuras em um papel já tem na cabeça, ao menos, uma ideia inicial da obra que pretende criar. Com Mauricio de Sousa sempre foi assim. O cartunista credita grande importância à “arte” do planejamento, tanto em sua vida pessoal quanto na profissional. Quando largou o jornalismo para se dedicar exclusivamente às histórias em quadrinhos, na década de 50, ele já tinha em mente qual trajetória tomar e como fazer do desenho a sua principal atividade. Mauricio confessa que não previa que seus negócios tomassem tamanha proporção, mas garante que crescer sempre fez parte dos seus planos. Hoje, aos 72 anos, seu trabalho é mundialmente reconhecido, e Mauricio de Sousa é tido como o principal nome dos quadrinhos no país. 
(adaptado, Ler & Cia.)

5- No texto “Plano infalível” foram destacadas, em negrito, algumas palavras. Assinale, a seguir, a alternativa que apresenta vocábulos que podem substituir essas palavras, sem prejuízo de sentido:
A) dá – abandonou – apenas – percurso.
B) crê – deu largada (a) – inclusive – opções.
C) assegura – soltou – apenas – percurso.
D) dá – solta – inclusive – opções.
E) garante – soltou – inclusive – percurso.


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Texto 4
Você já lavou as mãos dos seus pais algum dia?

Um jovem foi se candidatar a um alto cargo numa grande empresa, passou na entrevista inicial e estava indo ao encontro do diretor para uma entrevista final. O diretor viu seu currículo e percebeu que era excelente. E fez a seguinte pergunta:
– Você recebeu alguma bolsa na escola? – o jovem respondeu – Não.
– Foi seu pai que pagou pela sua educação?
– Sim – respondeu ele.
– Onde seu pai trabalha?
– Meu pai faz trabalhos de serralheria.
O diretor pediu ao jovem para mostrar suas mãos.
O jovem mostrou um par de mãos suaves e perfeitas.
– Você já ajudou seu pai no seu trabalho?
– Nunca. Meus pais sempre quiseram que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, ele pode fazer essas tarefas melhor do que eu.
O Diretor lhe disse:
– Eu tenho um pedido: ao chegar em casa hoje, lave as mãos de seu pai. E venha me ver amanhã de manhã.
O jovem sentiu que a sua chance de conseguir o trabalho era alta!
Quando voltou para casa, ele pediu a seu pai para deixá-lo lavar suas mãos. Seu pai sentiu-se estranho, feliz, mas com uma mistura de sentimentos e mostrou as mãos para o filho.
O rapaz lavou as mãos de seu pai lentamente. Foi a primeira vez que percebera aquelas mãos enrugadas e com tantas cicatrizes. Algumas contusões eram tão dolorosas que sua pele se arrepiou quando a tocou.
Esta foi a primeira vez que o rapaz se deu conta do significado deste par de mãos que trabalhara todos os dias, por tantos anos, para pagar seus estudos. As cicatrizes nas mãos eram o preço que seu pai teve de pagar por sua educação, suas atividades escolares e seu futuro.
Depois de limpar as mãos de seu pai, o jovem ficou em silêncio organizando e limpando a oficina. Naquela noite, pai e filho conversaram por um longo tempo.
Na manhã seguinte, o jovem foi encontrar-se com o diretor.
O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do moço quando ele perguntou:
– Você pode me dizer o que fez e aprendeu ontem em sua casa?
O rapaz respondeu:
– Lavei as mãos de meu pai e também terminei de limpar e organizar sua oficina. Agora sei o que é valorizar, reconhecer. Sem meus pais, eu não seria quem sou hoje... Por ajudar meu pai, agora percebo o quão difícil e duro é para conseguir fazer algo sozinho. Aprendi a apreciar a importância e o valor de ajudar a família.
O diretor disse:
– Isso é o que eu procuro no meu pessoal. Busco contratar uma pessoa que possa apreciar e ajudar os demais. Uma pessoa que conheça o sofrimento do próximo para fazer a coisa certa e que não coloque o dinheiro como seu único objetivo na vida. Você está contratado!
E você, já lavou as mãos dos seus pais algum dia?
(Autor Desconhecido)

4- O que você entendeu com a leitura do texto?
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Texto 3
BIG BROTHER BRASIL

(Texto atribuído a Luiz Fernando Veríssimo)

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço... A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, héteros... todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE...

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido”. Não sei se será divertido, porém parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, submete-se a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?


Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados...

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia. Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. E aí vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de trá$$ do BBB: José Nêumanne da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão. Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa; ir ao cinema, estudar, ouvir boa música, cuidar das flores e jardins, telefonar para um amigo, visitar os avós, pescar, brincar com as crianças, namorar ou simplesmente dormir?


Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.
Fonte

3- O que se pressupõe ao ler o texto acima? E o que se espera que as pessoas façam ao invés de assistirem a esse tipo de programa?
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Texto 2
Sobre o conceito de deficiência

'Deficiente' é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

'Louco' é quem não procura ser feliz com o que possui. 

'Cego' é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores. 

'Surdo' é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

'Mudo' é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. 

'Paralítico' é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. 

'Diabético' é quem não consegue ser doce. 

'Anão' é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:

'Miseráveis' são todos que não conseguem falar com Deus.
Mário Quintana (Escritor gaúcho: 30/07/1906 - 05/05/1994)

2- O autor faz menção a qual tipo de deficiência?

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Texto 1
DESABAFO DE HERBERT VIANA SOBRE OS VALORES DE HOJE!
Cirurgia de lipoaspiração?

Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas

ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos “lipos” e muito mais piração? Uma coisa é saúde outra é obsessão. O mundo pirou, enlouqueceu. Hoje, Deus é a autoimagem. Religião, é dieta. Fé, só na estética. Ritual é malhação. Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem. Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção. Roubar pode, envelhecer, não. Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação. “Filho da mãe” bem-sucedido é exemplo de sucesso. A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem? A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem. Imagem, estética, medidas, beleza.

Nada mais importa. Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa. Não importa o outro, o coletivo. Jovens não têm mais fé, nem idealismo, nem posição política. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.

Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência legal, porém uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser.

Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude. Que eu me acalme. Que o amor sobreviva.
(Herbert Viana – Líder e vocalista da banda Paralamas do Sucesso)

1- Qual é a reflexão que o autor do texto convida-nos a fazer?

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"As pessoas podem duvidar do que você diz, mas acreditarão sempre no que você faz." (Ralph W. Emerson)

“O que ensina, esmere-se no fazê-lo.” (Romanos 12:7)

“Aprendam o que é ensinado a vocês.” (Provérbios 8:33)

“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.” (Leonardo Da Vinci)

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