A IDEOLOGIA CRISTÃ NO CONTO INFANTOJUVENIL “O LEÃO, A FEITICEIRA E O
GUARDA-ROUPA”, DE CLIVE STAPLES LEWIS
Flávio
Barbosa Silva dos Santos¹
_______________________________________
1. Graduado em Letras (Licenciatura
Plena em Português e Inglês) pela FESB: Faculdade de Ciências e Letras de
Bragança Paulista-SP. Professor de Língua Portuguesa em colégios da rede
particular de ensino (E.F. e E.M.). Articulista/Colunista em jornais do país. Escritor (com publicação de texto em livro e
premiação pela Academia de Letras, Artes e Ofícios de São Vicente-SP.).
2. Artigo Científico apresentado ao
programa de Pós-graduação lato sensu em
Língua Portuguesa do Centro Universitário Monte Serrat (Santos-SP./2013) como
avaliação parcial para a obtenção do título de especialista em Língua
Portuguesa.
3. Agradeço a Deus, por me dar força e
coragem; por nunca me deixar desistir de ser professor; por ter me dado a
bênção e a oportunidade de concluir este curso: Especialização em Língua
Portuguesa. À minha amada esposa e à minha amada filha, por serem os meus
alicerces e o meu combustível. Sem vocês a minha vida e os meus passos seriam
mais curtos. Aos meus pais, sempre torcedores cativos e presentes em todas as
etapas de minha vida, apoios eternos e incondicionais. À minha orientadora,
Prof.ª Dr.ª Simone Rodrigues Batista, que caminhou comigo até o término deste
trabalho com entusiasmo e alegria contagiantes. Aos colegas e amigos que,
direta ou indiretamente, colaboraram para que este trabalho tomasse forma.
Louvo a Deus por vocês fazerem parte da minha história.
Introdução
Este trabalho
tem como objetivo analisar a maneira como a ideologia cristã se manifesta no
conto infantojuvenil de Clive
Staples Lewis a partir dos mecanismos oferecidos pela
Literatura que perpassa
e conversa com todas as áreas do conhecimento; fazer
com que o aluno aprenda a filtrar e a transformar tantas informações em
conhecimento por meio das várias leituras e envolvê-lo na esfera da Educação
Problematizadora (GADOTTI, p.151), que é baseada na criatividade e possibilita
uma reflexão e uma ação críticas sobre a realidade comprometida com a
transformação social; situar o conto de Lewis num determinado contexto
sócio-histórico para que sejam feitas inferências literárias sobre a sua
produção; verificar como o texto analisado produz seus sentidos.
A presente
pesquisa nasceu de um bate-papo com minha filha sobre o livro (que à época
tinha 12 anos e leitora assídua) e despertou-me a curiosidade em lê-lo porque
remetia às histórias bíblicas. E assim que comecei a ler essa obra e a
“desfilar” com o livro pelos colégios onde trabalho, eu percebi que os meus
alunos também se interessavam pela leitura desse conto.
Em alguns
momentos de minhas aulas de Língua Portuguesa, quando eu citava trechos do
livro para exemplificar alguma situação os meus alunos ficavam com os olhos
brilhando enquanto eu narrava partes da história e ia comparando os símbolos
com as passagens bíblicas. Uns balançavam a cabeça como que se estivessem
dizendo: “Eu conheço esse texto bíblico!”; enquanto outros reforçavam a minha
fala como querendo mostrar aos demais colegas de classe que também tinham
conhecimento acerca das Escrituras Sagradas.
O mais
interessante foi perceber que em poucas semanas vários alunos tinham adquirido
a obra de C. S. Lewis (2009) e, consequentemente, estávamos debatendo as
diversas leituras. E com essa ação percebe-se nitidamente a fala de Bakhtin
(1996), quando afirma que cada leitor uma leitura! Eles estavam indo
além-texto, inclusive aqueles que nunca tinham folhado a Bíblia. Liam o livro e
buscavam na internet e nas escrituras mais informações sobre os símbolos usados
por Lewis, e até informações acerca da vida do próprio autor.
Outro fenômeno
foi ver como contagiou até os alunos que não eram fãs de leitura. Fato curioso,
também, foi que de tanto falar sobre a história em casa a minha esposa nomeou o
nosso cachorrinho de Aslam (o leão, personagem que faz alusão a Jesus no
conto).
Sou cristão
deste a infância, na qual os princípios de fé foram bem fundamentados na
Palavra de Deus (Bíblia). E por ser cristão é notório que a minha visão de
mundo norteie as minhas ações. Portanto, a minha ideologia está às claras
quanto a escolha do objeto de pesquisa e quanto à interpretação que farei dos
trechos de O Leão, a Feiticeira e O
Guarda-roupa [As Crônica de Nárnia]. Como afirma André, Henrique e Alves:
...há
ainda um outro aspecto relevante que merece destaque nas reflexões acerca do
pesquisador e seu objeto de estudo, ou seja, o caráter ideológico presente no
investigador, o que poderá interferir na neutralidade deste à interpretação do
objeto, do rigor enquanto instrumento de investigação, uma vez que a ideologia
está fortemente relacionada às escolhas e interpretações do cientista (o que
pesquisar, com qual fundamento, qual método). (André, Henrique e Alves, 2005,
p.8)
Dizer a um
jovem que Aslam (o leão) pode ser visto como uma representação de Jesus Cristo
é muito instigante, tendo em vista que vivemos numa sociedade de maioria
cristã. Então, é preciso direcioná-lo e valorizar o repertório cultural que ele
já traz dentro de si, fato que a escola não tem sabido fazer. Como consequência
disso, segundo os dados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos
- traduzido para o Português) 2000, nós temos um cenário de analfabetos
funcionais que só leem letras, palavras e frases, mas não são capazes de
compreender o sentido daquilo que estão lendo. E para ensinar o aluno a ler,
viajar e interpretar o professor não precisa destitui-lo de seus conhecimentos
prévios, neste caso, a Bíblia Sagrada. Ele deve respeitar a curiosidade do aluno
sendo um orientador, não um ditador!
Quando
ensinamos os alunos a lerem, passamos, instintivamente, ideologias que estão
impregnadas em nós. Mas o que se tem de ter claro em nossas mentes é no como
fazer as nossas crianças enxergarem os valores universais recheados nos
principais livros de literatura. Não se está dizendo em ensinar doutrinas
cristãs nas escolas, mas sim, passar uma visão ampla daquilo que se está lendo.
Eveline
Charmeux (1995, p.102) afirma que ao contrário do que se pensava, a criança não
chega à escola oca, ela já traz consigo uma leitura de mundo que tem de ser
lapidada pelo professor. Nota-se, então, que a responsabilidade pela formação,
orientação com qualidade e consciência é do educador. O professor é o parceiro
mais experiente desse processo cognitivo, provocando no aluno a busca pelo
conhecimento.
É perceptível a
capacidade que os contos de fada têm de capturarem a essência humana cheia de
maldade, dor e sofrimento e transformá-las em alegria, esperança e sabedoria.
Assim também fizeram Castro Alves, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de
Melo Neto, Murilo Mendes e tantos outros escritores universais, que,
denunciavam e criticavam as mazelas de um povo, de uma sociedade, mas que
traziam aos olhos do leitor sonhos e perspectivas.
O
que se expõe neste trabalho transcende a mera religiosidade! Se eu conseguir
fazer com que meu aluno (leitor) vá buscar em outras leituras algo que
contradiga o que analisei aqui já terei atingido um dos objetivos desta
pesquisa: a leitura. Se, além disso, ele conseguir ampliar esta redação, registrar
e tornar público, seja com um simples relato, crônica e/ou artigo terei
atingido outro objetivo: o da escrita. Não existe texto imparcial, não sejamos
ingênuos em acreditar nisso.
Que tipo de
aluno nós queremos formar? Se não os ensinarmos a investigar, a ver a questão
de vários ângulos e formas veremos estes dando ibope à Reality Shows e a besteiróis
que algumas mídias produzem, deixando-os aquém de uma visão realista do que é o
mundo e de qual é o seu papel nele. Precisamos ensinar o nosso discente a fazer
uma leitura proficiente de bons livros, jornais, revistas, artigos etc., isto
é, fazê-lo enxergar o que está por trás das palavras, conjecturar pressupostos
e, com certeza, ele não será mais o mesmo ao término da leitura. A visão de
mundo do leitor e ele mesmo mudam, porque ler não é um ato de consumir ideias,
mas sim de criá-las e recriá-las. E o que desejamos em nossos alunos? Desejamos
que se tornem leitores e escritores críticos; que não se tornem marionetes dos
ventos que sopram ora para uma direção ora para outra; que eles saibam assumir
posições baseadas em argumentos e fatos sólidos.
Ensinar
exige estudo e criatividade, e, a partir do momento em que eu resolvi usar esta
obra (As Crônicas de Nárnia) para
estimular a leitura e a produção textual do meu aluno, tive de sair da minha
zona de conforto e pensar no como eu iria atingir este estudante, de maneira
tal que ele se sentisse tão entusiasmado que pudesse seguir em frente sozinho,
atingindo, assim, uma autonomia na leitura e na escrita. Isso me remete a uma frase
citada por GADOTTI (1991, p.24) em que Paulo Freire diz que se deve pensar
sempre na prática.
E,
ainda, em concordância com FREIRE (2007):
Estudar
seriamente em texto é estudar o estudo de quem, estudando, o escreveu. É
perceber o condicionamento histórico-sociológico do conhecimento. É buscar as
relações entre o conteúdo em estudo e outras dimensões afins do conhecimento.
Estudar é uma forma de reinventar, de recriar, de reescrever – tarefa de
sujeito e não de objeto. Desta maneira, não é possível a quem estuda, numa tal
perspectiva, alienar-se ao texto, renunciando assim à sua atitude crítica em face
dele.
A
atitude crítica no estudo é a mesma que deve ser tomada diante do mundo, da
realidade, da existência. (pp.10 e 11)
Vale ressaltar
que toda pesquisa passa pelo crivo da Língua Portuguesa, pois envolve, entre
muitos aspectos, o poder de leitura, síntese, análise e interpretação,
ortografia, semântica, estilística e apropriação e organização das inúmeras
vozes dentro de um mesmo texto.
Em conformidade
com o cerne desta pesquisa BUENO (2007, p.417) explica que ideologia é a
ciência da formação das ideias, convicção religiosa ou política. Então, como
tornar as ideias e as convicções (abstratas) em algo visível, palpável,
concreto? Por meio das palavras, frases, textos. E isso também é Língua
Portuguesa.
Análise
do Conto
As Crônicas de Nárnia é uma coletânea
de oito livros. Nas últimas seis décadas este livro transcendeu o gênero da
fantasia para se tornar parte do cânone da literatura clássica. A fascinação de
Lewis por contos de fadas, mitos e lendas antigas, juntamente com a inspiração
trazida da infância, levaram-no a escrever este clássico da literatura
universal.
Segundo Bruno
Bettelheim (1999), o conto de fadas, apesar de ser acusado de alienante por
alguns estudiosos, é um importante recurso na formação da personalidade da
criança; por isso, devendo ser bem mais aproveitado pelos pais e educadores.
Para ele
é
característico dos contos de fadas colocar um dilema existencial de forma breve
e categórica. Isso permite à criança aprender o problema em sua forma mais
essencial, onde uma trama mais complexa confundiria o assunto para ela. O conto
de fadas simplifica todas as situações. Suas figuras são esboçadas claramente;
e detalhes, a menos que muito importantes, são eliminados. Todos os personagens
são típicos do que únicos. (BETTELHEIM, 1999, p.15)
Ele ainda afirma
que dotar a criança de experiências capazes de dar significado à vida é tarefa
difícil, contudo, a literatura é um dos meios mais eficazes para transmitir a
nossa herança cultural. Trabalhando em nível do inconsciente, os contos de
fadas desvelam-nos, de forma alegórica, problemas cruciais de nossa existência
e oferecem-nos pistas para a conquista da nossa maturidade.
O meu objeto de
estudo é o livro O Leão, a Feiticeira e
o Guarda-roupa, escrito em 1949 por Clave Staples Lewis, também conhecido
como Jack pelos amigos. Nasceu em Belfast, Irlanda, em 1898 (falecido em 1963).
Ele e seu amigo J. R. R. Tolkien, autor da trilogia O Senhor dos Anéis, faziam parte dos Inklings, um clube informal de
escritores que se reuniam num pub
local para discutir ideias para as histórias. Formou-se me Letras e Literatura
aos 22 anos (em 1920), e logo depois em Teologia e Linguística. Foi professor
universitário, teólogo, poeta e escritor britânico.
Lewis
comenta:
Não
é claro que não foi inconsciente, mas, até onde consigo recordar, nem mesmo
foi, a princípio, intencional. Isto é, quando comecei O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa não creio que tenha previsto
o que Aslam iria fazer ou sofrer. Acredito que ele apenas insistiu em
comportar-se de seu próprio jeito, como Jesus. É claro que eu compreendi isso,
e toda a série de crônicas [Nárnia]
tornou-se cristã. (CÉSAR, Júlio, 2007).
Jean Michel
Gallo Soldatelli (2009), a respeito desse comentário, afirma que a linguagem
(qualquer sistema de símbolos – HOUAISS, p.464) pode ser considerada como uma
visão de mundo de uma pessoa, isto é, passa pelo filtro pessoal do indivíduo
antes de ser exteriorizada.
É incontestável,
pelo menos para quem já leu a Bíblia (principalmente o Novo Testamento), que várias passagens do livro O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa
fazem alusão à vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. São muitos os
símbolos contidos ao longo dessa obra. Ficando, assim, impossível desmentir as
comparações.
Há, todavia,
quem afirme que não tem nada a ver um livro com o outro. HEIDERICH, Felipe diz:
(...)
contudo, a confusão de símbolos é tão grande que me faz refletir se realmente
vale a pena ler essa história como algo considerado cristão ou que passe uma
mensagem de fé.
O escritor deste
conto usou símbolo, mito, metáfora, alegoria para atrair os jovens à leitura.
Na linguagem dos nossos alunos (filhos): “Foi uma sacada fantástica!”. A
imaginação é, portanto, tudo que há de mais mirabolante, inesperado, sublime,
transparente, falso, verossímil, verdadeiro em nós. SILVA (2010) faz menção a
uma frase de Albert Einstein que diz que a imaginação é mais importante que a
ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo
inteiro. Tudo isso exige domínio não só de habilidades linguísticas, como
também de ordem cognitiva, social e cultural.
De acordo com o
dicionário Houaiss (2009, p.689), símbolo é o que, por analogia ou convenção,
representa, sugere ou substitui outra coisa; ser, objeto ou imagem a que se
atribuiu certo significado. Entre as definições de “mito”: relato simbólico,
passado de geração em geração dentro de um grupo, que narra e explica a origem
de determinado fenômeno, ser vivo, acidente geográfico, instituição, costume
social etc. Nesta acepção, por exemplo, pode-se chamar de “mito” o relato da
Criação (A criação dos céus e da terra e de tudo o que nele há – A Bíblia
Sagrada, livro de Gênesis, capítulo 1, versículos de 01 a 27; p.03), passada de
geração em geração entre o povo judeu primitivo.
Pode-se dizer
que todo símbolo é um signo, ou seja, é carregado de sentido. Porém, muitas
vezes durante uma leitura só se percebe superficialmente esse sentido. O valor
simbólico atualiza-se diferentemente para cada um de nós. A imaginação já não é
mais desprezada ou chamada de loucura, devido às descobertas e ao progresso,
pois a aceitação dos símbolos se deve, em grande parte, à ciência, aos
sociólogos que estão tentando medir os efeitos da dominação atual da imagem, às
interpretações modernas dos mitos antigos, ao nascimento de mitos modernos e às
lúcidas explorações da psicanálise. (CHEVELIER, p.45, 2009)
Como chamar a
atenção das crianças e/ou adolescentes de hoje com tantos atrativos eletrônicos
se não com seres mitológicos e alegóricos? Lemos isso, inclusive, na Bíblia
(escrita há mais de dois mil anos), em Apocalipse 12:01 a 06 (ALMEIDA, p.270)
cuja narrativa envolve um dragão de sete cabeças:
Viu-se
grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos
pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que, achando-se grávida, grita com
as dores de parto, sofrendo tormento para dar à luz. Viu-se, também, outro
sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres
e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas
do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher
que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse. (...)
Por isso,
também, a comparação entre as Escrituras
Sagradas com O Leão, a Feiticeira e o
Guarda-roupa que, não obstante,
faz o leitor refletir, pensar, conjecturar, buscar relações daquilo que se está
lendo com as várias situações da vida real. Ou seja, é a transposição do
sentido figurado para o sentido literal (real).
Percebe-se, claramente,
a intenção do autor em passar valores, princípios e sentimentos que a sociedade
mundial finge não perceber que está se perdendo a cada geração. É a velha luta
do bem contra o mal. O Leão (Aslam) vai além da história e envolve as escolhas
dos jovens e suas decisões ante as tentações da vida.
Será que nossos
alunos (filhos) não serão impactados com leituras como As Crônicas de Nárnia, aliadas, seja com a Bíblia ou com quaisquer
livros que abordem valores, tais como amor ao próximo e a si mesmo, paciência,
compaixão, honestidade, ética etc.?
Assim como fez
Jesus Cristo que usava estórias (parábolas) para ilustrar ensinamentos
importantes, como no exemplo registrado no livro de Mateus, capítulo 13,
versículos de 31 a 34, que diz que
o
reino do Céu é como uma semente de mostarda, que o homem pega e semeia em sua
terra. Ela é a menor de todas as sementes; mas, quando cresce, torna-se a maior
de todas as plantas. (...). Jesus usava parábolas para dizer tudo isso ao povo.
Ele não dizia nada a eles sem ser por meio de parábolas. (Bíblia do Surfista,
p.27)
Também, fez C. S.
Lewis nesta obra, e, assim, também fazemos nós, professores e pais. Ele
escreveu O Leão, a Feiticeira e o
Guarda-roupa num período pós-guerra (II Guerra Mundial) em que a esperança
parecia utopia. Com o mundo em crise, por que não fazer uso da imaginação e da
fantasia para levar às crianças um pouco de ânimo e esperança num momento de
dura realidade?
Nárnia é um
mundo onde somos filhos do Rei.
Não lhes disse eu que ele é o Rei dos bosques,
filho do grande Imperador de Além-mar? Não sabem quem é o rei dos animais? Aslam
é um leão, o grande Leão! (...) Ele é o REI. (pp.137 e 138)
Comparando
com o texto bíblico:
Venham,
vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que o meu Pai
preparou para vocês desde a criação do mundo. (Bíblia do Surfista. p.55 – Matheus
25:34,)
O
Leão Aslam é a representação do poderoso, soberano e é luminoso ao extremo. Rei
dos animais. Está imbuído das qualidades inerentes à sua categoria. Símbolo do
Pai, Mestre; também da justiça. (CHEVELIER,
p.123, 2009)
Não choreis, eis que o Leão da tribo de
Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos. (A Bíblia
Sagrada, p.265 – Apocalipse 5:5)
Na
iconografia medieval, a cabeça e a parte anterior do leão correspondem à
natureza divina de Cristo, a parte posterior – que contrasta por sua relativa
fraqueza – à natureza humana.
C. S. Lewis
(2009) refere-se a um guarda-roupa mágico cujo interior é maior que o exterior.
A magia é uma alusão ao sobrenatural, e o guarda-roupa, ao natural. O
guarda-roupa é um lugar onde praticamente todos guardam suas roupas limpas. A
analogia entre os dois mundos (natural e sobrenatural) está na relação entre a
Bíblia – natural, e o guarda-roupa que serve como uma espécie de portal para
levar à Nárnia – sobrenatural:
Só então viu que havia uma luz em frente, não
a dois palmos do nariz, onde devia estar o fundo do guarda-roupa, mas lá longe.
Caía-lhe em cima uma coisa leve e macia. Um minuto depois percebeu que estava
num bosque, à noite, e que havia neve sob os seus pés [...] Sentiu-se um pouco
assustada, mas, ao mesmo tempo, excitada e cheia de curiosidade. Olhando para
trás, lá no fundo, por entre os troncos das árvores, viu ainda a porta do
guarda-roupa aberta [...] – (p.105)
Comparando
com o texto bíblico:
-
Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem não entra no curral das ovelhas pela
porta, mas pula o muro é um ladrão e bandido. Mas quem entra pela porta é o
pastor do rebanho. O porteiro abre a porta para ele. As ovelhas reconhecem a
sua voz quando ele as chama pelo nome, e ele as leva para fora do curral.
Quando todas estão do lado de fora, ele vai na frente delas, e elas o seguem
porque conhecem a voz dele. Mas de jeito nenhum seguirão um estranho! Pelo
contrário, elas fugirão, pois não conhecem a voz de estranhos.
Jesus fez esta
comparação, mas ninguém entendeu o que ele queria dizer. Então ele continuou:
-
Eu sou a porta por onde as ovelhas passam. (...) Eu sou a porta. Quem entrar
por mim será salvo; poderá entrar e sair e achará comida. (...) mas eu vim para
que as ovelhas tenham vida, a vida completa. (Bíblia do Surfista. pp. 198 e 199
– João 10:1 a 10)
Isso mostra que Deus usa de meios naturais para
revelar o espiritual aos homens. (CÉSAR, Júlio, 2007). Para se acreditar em Nárnia é preciso enxergar com
os olhos inocentes de uma criança. A caçula, Lúcia, encontra Nárnia primeiro
(p.105). Seus irmãos mais velhos só depois – Edmundo (p.114) – e os demais
(p.126):
Comparando
com o texto bíblico:
(...) – deixem que as crianças venham a mim e
não as proíbam que elas façam isso, pois o reino de Deus é das pessoas que são
como as crianças. (...) Quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca
entrará nele. (Bíblia do Surfista. p.18 – Lucas 19:16-17)
A Feiticeira Branca se diz rainha de Nárnia. Esta
figura simboliza o Diabo. A ela é atribuída a falsa beleza, a inveja, a
tristeza etc. Ela usa da mentira para atrair Edmundo.
Diz que ela é rainha de Nárnia, embora não
tenha o direito de ser rainha. (p.119)
Comparando
com o texto bíblico:
(...)
Desde a criação do mundo ele foi assassino e nunca esteve do lado da verdade
porque nele não existe verdade. Quando o Diabo mente, está apenas fazendo o que
é do seu costume, pois é mentiroso e é o pai de todas as mentiras. (Bíblia do
Surfista. p.195 – João 8:44)
Fato este, como todas as tentações feitas pelo Diabo
aos seres humanos, que parece serem maravilhosas, que logo em seguida
escraviza, prende e acaba com as pessoas.
-
Filho de Adão, o que deseja comer? – perguntou a rainha.
-
Manjar turco, por favor – disse Edmundo.
Ele
nunca tinha saboreado coisa mais deliciosa, tão gostosa e tão leve. (...) enquanto ele comia, a rainha não
cessava de fazer-lhe perguntas. Nem quis saber por que razão a rainha era tão
curiosa. Aos poucos, ela foi-lhe arrancando tudo que queria saber... (p.117)
Comparando
com o texto bíblico:
O
Diabo só vem para matar, roubar e destruir. (Bíblia do Surfista, p.199 – João
10:1 a 10)
Neste momento,
Edmundo entrega seus irmãos de bandeja à Feiticeira e é aprisionado por ela.
Porém, Aslam, propõe à rainha uma troca: a vida dele pela a de Edmundo, e ela,
prontamente, aceita.
Aslam é
humilhado, cuspido, chutado, pisoteado (p.170):
Fizeram
uma coroa cheia de ramos cheios de espinhos, e a puseram em sua cabeça, (...)
chicotearam e caçoaram dele, cuspiam e batiam em sua cabeça. (Bíblia do
Surfista, p.62 – Mateus 27 a 30)
Remetendo ao sacrifício de Jesus na Cruz do
Calvário, Aslam, como Salvador, troca sua vida pela do traidor, Edmundo.
Compreenda
que você entregou Nárnia para sempre, que perdeu a própria vida sem ter salvado
a vida da criatura humana. Consciente disso, desespere e morra. (p.171)
Comparando
com o texto bíblico:
Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida
pelas ovelhas. (Bíblia do Surfista. p.199 – João 10:11)
O leão (Aslam) ressuscita e explica o conceito de
sacrifício expiatório de um inocente, e diz que sem derramamento de sangue não
há perdão, isto é, Jesus é o sacrifício perfeito e eterno:
-
Explico: (...) Se uma vítima voluntária, inocente de traição, fosse executada
no lugar de um traidor, a mesa estalaria e a própria morte começaria a andar
para trás... (p.175)
Comparando
com o texto bíblico:
De
fato, de acordo com a lei, quase tudo é purificado com sangue. E, não havendo
derramamento de sangue, não há perdão de pecados. (...) Uma vez por todas ele
apareceu agora, quando os tempos estão chegando ao fim, para tirar os pecados
por meio do sacrifício de si mesmo. (...) Assim também Cristo foi oferecido uma
só vez em sacrifício, para tirar os pecados de muitas pessoas. Depois ele
aparecerá pela segunda vez, não para tirar pecados, mas para salvar as pessoas
que estão esperando por ele. (Bíblia do Surfista. p.430 – Hebreus 9:22 a 28)
Outra marca do
simbolismo está no presente que Pedro ganha: uma espada, que na ideologia
cristã representa a Palavra de Deus; e um escudo, que representa a Fé. A espada
simboliza a bravura; é símbolo da virtude, poderio. O poderio tem duplo
aspecto: o destruidor (embora essa destruição possa aplicar-se contra a
injustiça, a maleficência e a ignorância e, por causa disso, torna-se
positiva); e o construtor, pois estabelece e mantém a paz e a justiça. Nas
tradições cristãs, a espada é uma arma nobre que pertence aos cavaleiros e aos
heróis cristãos:
E
entregou a Pedro um escudo e uma espada. O escudo era cor de prata, com um leão
rubro no centro, lustroso como um morango pronto para ser colhido. A espada
tinha punho de ouro, bainha, cinto, tudo, e parecia feita sob medida. Pedro
recebeu os presentes em grave silêncio, sentindo que se tratava de uma coisa
muito séria. (pp.150 e 151)
Em consonância
com CHEVELIER (2009), o valor simbólico atualiza-se diferentemente para cada um
de nós.
Durante a grande
batalha Edmundo quebrou a vara mágica da Feiticeira Branca com um golpe de
espada (p.182). É a representatividade da Palavra de Deus sobre o pecado.
Após a luta,
Aslam traz à vida todos os guerreiros que foram petrificados pela Feiticeira:
Aslam
aproximou-se do leão de pedra e soprou. (...) e soprou também o anão e um
coelhinho e dois centauros de pedra. (...) E as estátuas voltaram à vida por
todos os lados... (pp.177 e 178)
Comparando
com o texto bíblico:
Eu
sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem
vive e crê em mim nunca morrerá. Você acredita nisso? (Bíblia do Surfista,
p.201 – João 11:25)
Caminhando para uma análise final da obra, a
história comprova o amor incondicional de Jesus por nós (pecadores). Aslam
perdoa Edmundo – Filho de Adão (referência a Adão, que abriu as portas para que
o pecado se instalasse no mundo (A Bíblia
Sagrada, Gênesis 3:06 a 24). As Escrituras,
em II coríntios 5:17, registra que todo aquele que está em Cristo nova criatura
é, o passado já se foi e eis que tudo se fez novo. Aslam diz a Edmundo que
...não
vale a pena falar do que aconteceu. O que passou, passou. (p.164)
Por fim, eles voltaram à casa do professor pelo
guarda-roupa. Em Nárnia eles já haviam se tornado adultos, porém, quando
regressaram, o tempo não havia passado; voltaram a ser crianças.
Assim,
reis e rainhas entraram no bosque, e ainda não tinham dado meia dúzia de passos
quando notaram que o objeto visto era um lampião. E pouco mais tinham andado
quando perceberam que não seguiam entre ramagens, mas entre casacos de peles. E
daí a um pouquinho saltavam todos da porta do guarda-roupa para a sala vazia.
Já não eram reis e rainhas em traje de montaria, mas simplesmente, Pedro,
Susana, Edmundo e Lúcia, nas suas roupas antigas. E era o dia e a hora em que
todos tinham entrado no guarda-roupa para se esconderem. D. Marta e os
visitantes falavam ainda no corredor, mas, felizmente, nunca chegaram a entrar
na sala vazia, e as crianças não foram apanhadas. (p.186)
Comparando
com o texto bíblico:
Antes
de formares os montes e de começares a criar a terra e o Universo, tu és Deus
eternamente, no passado, no presente e no futuro.
Tu
dizes aos seres humanos que voltem a ser o que eram antes; tu fazes com que
novamente virem pó. Diante de ti, mil anos são como um dia, como o dia de ontem
que já passou; são como uma hora noturna que passa depressa. (Bíblia do
Surfista, p.608 – Salmos 90:02 a 04)
As crianças contaram ao professor sobre a aventura
que viveram em Nárnia. E ele os fala que Aslam voltará quando eles menos
esperarem e que devem manter os olhos abertos, isto é, vigiar!
Quando
menos esperarem, pode acontecer. (p.186)
Comparando
com o texto bíblico:
Fiquem
vigiando, pois vocês não sabem em que dia vai chegar o seu Senhor. Lembrem
disto: se o dono da casa soubesse quando ia chegar o ladrão, ficaria vigiando e
não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Por isso vocês também fiquem
vigiando, pois o Filho do Homem chegará na hora em que vocês não estiverem
esperando. (Bíblia do Surfista, p.608 – Mateus 24:42 a 44)
O professor, no penúltimo parágrafo do livro, faz
uma pergunta interessante, mesmo se tratando de uma narrativa ficcional é algo
bem real nos dias de hoje:
O que é que estão ensinando na escola? (p.186)
Atrevo-me a
responder:
Estamos nos
esquecendo de fazer o aluno sonhar, viajar na história que está lendo. Apenas é
feita uma leitura superficial e instantânea que dá sono nesta geração turbinada
pelas mídias eletrônicas. Deixamos de motivá-los a criarem com ousadia,
atrevimento e, por que não dizer com esperança.
O sistema
obriga-nos a quantificar alunos nas aprovações, ao passo que deveríamos
qualificá-los para saltos maiores no processo cognitivo. Como estamos motivando
os nossos alunos para que esses se tornem bons leitores e escritores críticos?
Será que nós, professores, estamos levando esses jovens a terem uma
aprendizagem significativa? Quais métodos inovadores temos usado?
Parafraseando com
o trecho:
...se o professor tinha razão, as
aventuras em Nárnia estavam apenas começando. (p.186)
Essa discussão é apenas o começo!
Personagens
Principais
Para que o
leitor desta análise possa ter um panorama maior da história será apresentado
os personagens principais.
Lúcia era a mais novinha. Edmundo o segundo mais
novo. Pedro era o mais velho. E Susana a segunda mais velha:
Era
uma vez duas meninas e dois meninos: Susana, Lúcia, Pedro e Edmundo. (Capítulo
I – p.103)
O Professor (Que só aparece no início e no final da
história.):
O professor era solteiro e morava numa
casa muito grande, com a governanta e três empregadas, que não aparecem muito
na história. Ele era um velho de cabelo desgrenhado e branco, que lhe cobria a
maior parte do rosto, além da cabeça. [...] ...é claro que um dia vocês
voltarão a Nárnia. Quem é coroado rei em Nárnia, será sempre rei em Nárnia...
[...] (Capítulo I – p.103 e Capítulo 17 – p.186)
Sr. Tumnus:
Era um pouco mais alto do que Lúcia. Da
cintura para cima parecia um homem, mas as pernas eram de bode (com pelos
pretos e acetinados) e, em vez de pés, tinha casco de bode. Tinha, também,
cauda. (Capítulo I – p.106)
A Feiticeira Branca:
...uma criatura muitíssimo diferente:
uma grande dama, a maior mulher que Edmundo já vira. Estava também envolta em
peles brancas até o pescoço, e trazia, na mão direita, uma longa varinha
dourada, e uma coroa de ouro na cabeça. Seu rosto era branco (não apenas
claro), branco como a neve, como papel, como açúcar. A boca se destacava,
vermelhíssima. Era, apesar de tudo, um belo rosto, mas orgulhoso, frio, duro...
(Capítulo III – p.115)
Aslam (O Leão):
...Aslam é o rei. É o verdadeiro Senhor
dos Bosques (...) Filho do grande Imperador de Além-mar (...) Aslam é um
leão... o Leão, o grande Leão! (...) Ele é bom. Ele é Rei. (Capítulo VIII –
pp.137 e 138)
Considerações
Finais
O que importa é
que continuarei a instigar os meus alunos (e a minha filha) a investigarem
sempre o que está nas entrelinhas, a enxergar além das letras impressas no papel
e/ou nas mídias digitais.
Quero ser
espelho para os meus alunos. Quero que vejam em mim a alegria e entusiasmo no
que faço. Na etimologia da palavra, “entusiasmo”, do Latim ENTHUSIASMUS
significa “Deus em si/Deus em mim”, do grego ENTHOUSIASMOS, significa
“inspiração divina”; do verbo ENTHOUSIAZENIN, “estar inspirado” ou “possuído
por um deus”, “estar em êxtase”; de ENTHEOS: “divinamente inspirado”, formado
pelo prefixo –IN (em) + THEOS (Deus).
Para mim, esta
pesquisa contribuiu para a realização de um sonho: tornar-me um especialista da
língua. É, também, a minha contribuição social como professor e pós-graduando
em Língua Portuguesa. Bakhtin (2006, p.48) diz que cada palavra se apresenta
como uma arena em miniatura onde se entrecruzam e lutam os valores sociais. A
palavra revela-se, no momento de sua expressão, como o produto da interação
viva das forças sociais.
Como
especialista em Língua Portuguesa, que trabalha na perspectiva de como podemos
motivar nossos alunos e trabalhar na linha da aprendizagem significativa,
acredito no trabalho como aquilo que é significativo para o aluno, naquilo que
conversa com saberes prévios e que traz sentido e significado para a vida
deles. Isso motiva e traz a aprendizagem.
Os professores
precisam de espaço em sua formação docente para trabalharem nessa dimensão, com
entusiasmo pelo que fazem, acreditando na ludicidade, na criatividade, em
propor novas formas de trabalhar com alunos que convivem com linguagens
contemporâneas.
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